ESCRITORAS DÃO DICAS AOS PAIS DE COMO CONTAR HISTÓRIAS PARA OS FILHOS
Para Roberta Ribeiro e Ruth
Souza, prática reforça autoestima infantil.
Adultos devem explorar criatividade da criança e não se prender ao texto.
Adultos devem explorar criatividade da criança e não se prender ao texto.
Do G1, em São Paulo
Os pais são personagens fundamentais na introdução
e promoção do hábito de ler dos filhos desde a infância. Contar as histórias
relatadas nos livros infantis podem servir aos pais como uma importante forma
de interação com os pequenos. Esta é a opinião das escritoras Roberta Ribeiro e
Ruth Souza, especialistas em livros para crianças.
Os livros infantis têm o maior índice por gênero de
leitura relativo a uma faixa etária de acordo com a pesquisa Retratos da
Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope Inteligência e pela Fundação Pró-Livro,
que será divulgada na tarde desta quarta-feira (28). De acordo com o estudo,
66% das crianças de 5 a 10 anos ouvidas na pesquisa leem livros infantis.
As escritoras de livros infantis Ruth
Souza e Roberta Ribeiro (Foto: Divulgação)
“Os pais são muito importantes no desenvolvimento
dos filhos como leitores”, diz a escritora Roberta Ribeiro. “Quando os pais
antes da criança dormir contam história, é um momento de interação, transmite
confiança e segurança, cria situação de amorosidade e desenvolve uma memória
afetiva muito boa. A criança vai resgatar este sentimento de conforto e
amorosidade que teve com os pais quando for estudar os livros da escola.”
Para a psicóloga Ruth Souza, especialista em
psicopatologia da criança e do adolescente, os livros ajudam na autoestima e na
confiança, e a participação dos pais no ato de contar as histórias reforçam
este sentimento. “Os pais devem estimular a criatividade da criança na hora de
contar uma história. A criança tem conflitos e precisa aprender a se proteger
emocionalmente.”
Autoras da coleção "Faça Seu Mundo
Melhor", com seis livros voltados para crianças de todas as idades,
Roberta e Ruth listaram dicas para os pais contarem histórias aos filhos.
Crie um ambiente favorável
Os pais devem criar um ambiente agradável e
acolhedor. Pode ser na sala de casa, na cama na hora de ir dormir, no carro na
hora de levar criança para a escola. “É mais um ambiente emocional do que
físico”, diz Ruth. “Às vezes os pais estão levando os filhos na escola e não
aproveitam este tempo para criar um diálogo.”
Envolva a criança na leitura
Cada pai tem seu próprio jeito de contar uma
história. Alguns são mais expansivo e aproveitam os livros que trazem mais
diálogos. É preciso conversar com as crianças durante a leitura, perguntar o
que ela compreendeu. É importante envolver a criança no processo.
Não se prenda tanto ao texto
Pergunte à criança que personagem ela gostaria de
ser. É provável que a criança e os pais saiam um pouco da história. Não é um
problema. A interação é mais importante do que se ater ao texto que está sendo
contado.
Use um personagem para assuntos delicados
Contar uma história fictícia envolvendo um
personagem pode ajudar a criança a pensar em situações em que ela esteja
vivendo. Por exemplo, se a criança está brigando muito na escola, os pais podem
contar uma história sobre outro menino ou menina que briga com os colegas. A
criança vai participando e criando a história, o que pode fazer para melhorar
isso. Isso pode ajudar a resolver uma questão interna. “Mas, quando a coisa é
mais séria, os pais devem procurar um profissional”, salienta Ruth.
Deixe a criança contar a história
Fazer o filho contar a história do livro pode ser
interessante para estimular o raciocínio, a memória e a própria imaginação. É
possível que não conte a história como está no livro, afinal as crianças são
muito imaginativas. Reprimir possíveis fugas ao tema não é a atitude mais
adequada. Se a criança está lendo o livro, deixe que ela interaja e permita com
que sua imaginação possa fluir. Isso para ela é muito importante.
Entre na brincadeira
Você pode estimular a criança a contar história e
também pode entrar na brincadeira. Quando estiver com a criança, procure se
tornar mais criança e brincar. “O ritmo de vida hoje é bem diferente do tempo
dos nossos pais ou avós”, destaca Ruth. “A TV, internet e o videogame acaba
ocupando a criança, só que eu percebo que isso não tem limite. Quando chega a
noite, os pais estão cansados e, em vez de brincar, deixam os filhos vendo TV
ou mexendo no computador.”
Use suas habilidades
Os adultos devem usar recursos e habilidades para
poder contar histórias. Se souber, pode tocar uma música, cantar, desenhar. Não
precisa ter talentos tão diferenciados, pode usar seus próprios esforços. O
mais importante, além do conteúdo, é estimular a amorosidade entre os membros
da família.
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