ALFABETIZAÇÃO
10 dicas para incentivar o seu filho a ler
Conheça atividades simples - e baratas! - que podem transformar seu
filho em um pequeno grande leitor
Texto Marina Azaredo
Foto: Dreamstime
Leitura desde cedo: incentive seu filho a ter amor
pelos livros
"Foi
assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede,
deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava em um outro e fazia
telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar
de morar em livro." O relato é de Lygia
Bojunga. Quando criança, ela fazia do livro um brinquedo.
Já adulta, transformou-se em uma das principais escritoras brasileiras de
livros infantis. A história de Lygia ilustra e comprova a teoria de que o
contato com os livros desde cedo é importante para incentivar o gosto pela
literatura.
Os benefícios da leitura são amplamente conhecidos. Quem lê adquire cultura, passa a escrever melhor, tem mais senso crítico, amplia o vocabulário e tem melhor desempenho escolar, dentre muitas outras vantagens. Por isso, é importante ler e ter contato com obras literárias desde os primeiros meses de vida. Mas como fazer com que crianças em fase de alfabetização se interessem pelos livros? É verdade que, em meio a brinquedos cada vez mais lúdicos e cheios de recursos tecnológicos, essa não é uma tarefa fácil. Mas pequenas ações podem fazer a diferença.
"O comportamento da família influencia diretamente os hábitos da criança. Se os pais leem muito, a tendência natural é que a criança também adquira o gosto pelos livros", afirma Rosane Lunardelli, doutora em Estudos da Linguagem e professora Universidade Estadual de Londrina (UEL). A família tem o papel, portanto de mostrar para a criança que a leitura é uma atividade prazerosa, e não apenas uma obrigação, algo que deve ser feito porque foi pedido na escola, por exemplo. "As crianças precisam ser encantadas pela leitura", diz Lucinea Rezende, doutora em Educação e também professora da UEL.
Os benefícios da leitura são amplamente conhecidos. Quem lê adquire cultura, passa a escrever melhor, tem mais senso crítico, amplia o vocabulário e tem melhor desempenho escolar, dentre muitas outras vantagens. Por isso, é importante ler e ter contato com obras literárias desde os primeiros meses de vida. Mas como fazer com que crianças em fase de alfabetização se interessem pelos livros? É verdade que, em meio a brinquedos cada vez mais lúdicos e cheios de recursos tecnológicos, essa não é uma tarefa fácil. Mas pequenas ações podem fazer a diferença.
"O comportamento da família influencia diretamente os hábitos da criança. Se os pais leem muito, a tendência natural é que a criança também adquira o gosto pelos livros", afirma Rosane Lunardelli, doutora em Estudos da Linguagem e professora Universidade Estadual de Londrina (UEL). A família tem o papel, portanto de mostrar para a criança que a leitura é uma atividade prazerosa, e não apenas uma obrigação, algo que deve ser feito porque foi pedido na escola, por exemplo. "As crianças precisam ser encantadas pela leitura", diz Lucinea Rezende, doutora em Educação e também professora da UEL.
Para seduzir pela leitura, há diversas atividades que os pais e outros familiares podem colocar em prática com a criança e, assim, fazer do ato de ler um momento divertido. No período da alfabetização - antes dela e um pouco depois também -, especialistas sugerem que se misture a leitura com brincadeira, fazendo, por exemplo, representações da história lida, incentivando a criança a criar os próprios livros e pedindo que a criança ilustre uma história. "Para encantar as crianças pequenas, é essencial brincar com o livro", recomenda Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Maria Afonsina também dá uma dica: nunca reclame dos preços dos livros diante do seu filho. "O livro precisa ser valorizado", diz ela.
Leia a seguir dicas para transformar o seu filho em fase de alfabetização em um pequeno grande leitor:
Não se preocupe se o livro escolhido pelo seu filho
parecer infantil demais. Cada criança tem um ritmo diferente. O importante é
que o livro esteja sempre presente. A criança costuma dar sinais quando se
sente preparada para passar para um próximo nível de leitura. "É preciso
estudar o outro, entender o que ele gosta e respeitar as preferências",
afirma Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da
Uesb.
Talvez o que o seu filho gosta de ler não seja
exatamente o que você gostaria que ele lesse. Mas, para adquirir o hábito a
leitura, é preciso sentir prazer. Então, se o seu filho prefere ler livros de
super-heróis aos clássicos contos de fada, por exemplo, não se preocupe (e nem
pense em proibi-lo!). "É importante entender a criança e lhe proporcionar
leituras que atendam aos seus desejos", diz Rosane Lunardelli, da UEL.
"Os pais precisam dar possibilidades para que
as crianças se sintam envolvidas pela leitura", recomenda Lucinea Rezende,
da UEL. Por isso, no seu tempo livre, procure fazer atividades com o seu filho
que você possa relacionar com um livro. Uma ida ao zoológico, por exemplo,
torna-se muito mais interessante depois que a criança leu um livro sobre o
reino animal. E vice-versa: uma leitura sobre animais é mais bacana depois que
a criança teve a oportunidade de ver de perto os bichinhos. E, assim como essa,
há muitas outras maneiras de juntar passeios de fim de semana com a leitura:
livro de experiências + visita a museu de ciências, livro de história + passeio
em local histórico, visita a museu de arte + livro infantil sobre arte... As
possibilidades são inúmeras!
Incentive o seu filho a ler todas as noites. E, se
ele ainda não for alfabetizado, conte histórias para ele antes de dormir. Por
isso, é importante que ele tenha uma fonte de iluminação direta ao lado da
cama, como um abajur. Uma ideia bacana é dar um presente para a criança nos
fins de semana: permita que ela fique acordada até um pouco mais tarde para ler
na antes de dormir. A professora Maria Afonsina Matos, da Uesb, relata que
costumava contar histórias para os seus filhos todas as noites. "Hoje eles
são adultos que leem muito", conta.
"Concluída a leitura de um livro, os pais
podem organizar peças de teatro baseadas na obra", sugere Lucinea Rezende,
da UEL. Uma boa ideia é convidar outras crianças para participar da atividade.
Os adultos podem ajudá-las a elaborar uma espécie de roteiro e pensar nas
vestimentas e nos cenários a serem criados. Depois dos ensaios, a peça pode ser
apresentada para um grupo de pais ou para toda a família. Também é interessante
gravar com o celular ou uma filmadora a encenação da peça, para que depois a
criança possa ver o próprio desempenho.
Proponha para o seu filho que ele faça o próprio
livro. "As crianças gostam de criar histórias, viver personagens, imaginar
paisagens", diz Maria Afonsina Matos, da Uesb. Primeiro, peça que ele tire
fotos (e imprima-as) ou recorte figuras de revistas antigas. Depois, a partir
das imagens, peça que ele escreva uma história. Ajude-o a criar uma capa para o
livro e, por fim, coloque-o na estante, junto com outros livros. Que criança
não adoraria ter um livro de sua autoria na biblioteca de casa?
Convide amigos e colegas de escola do seu filho para
uma espécie de festa da leitura. No início, cada criança lê o trecho de um
livro que pode até ser escolhido por eles (mas com orientação dos adultos).
Depois de lida a obra, organize um debate sobre a história. Tudo isso pode ser
feito durante uma tarde de sábado ou domingo, com direito a guloseimas que as
crianças adoram, como cachorro-quente e chocolate quente (no fim de semana,
pode!). "Na infância, a leitura tem de estar ligada a uma atividade
divertida", afirma Rosane Lunardelli, da UEL.
Muitas crianças ficam frustradas por ler muito
devagar em voz alta. Se é o caso do seu filho, você pode ajudá-lo fazendo
exercícios, como cronometrar o tempo que ele leva para ler um texto ou o trecho
de um livro em voz alta. A atividade pode ser repetida várias vezes em dias
diferentes e, assim, a criança vai poder comprovar o próprio desenvolvimento.
Para aprimorar a atividade, peça que ele faça vozes diferentes para cara
personagem da história. "A sonoridade fascina as crianças", explica
Lucinea Rezende, da UEL.
Após a alfabetização, é importante incentivar que a
criança leia sozinha, mas isso não significa que você deva parar de ler para
ela. Quando um adulto lê em voz alta um livro um pouco mais difícil, a criança
é capaz de compreendê-lo, o que provavelmente não aconteceria se ela estivesse
lendo sozinha. Abuse das vozes diferentes, dos sons, das entonações. Assim, a
história fica muito mais emocionante. Parlendas e músicas, por exemplo, são
ideais para serem lidas em voz alta. "Histórias lidas em voz alta e com
emoção deixam as crianças mais leves, mais soltas", afirma Maria Afonsina
Matos, da Uesb.
"Para adquirir o gosto pela leitura, a criança
precisa se familiarizar com o ambiente de leitura", diz Rosane Lunardelli,
da UEL. E, enquanto o acervo literário de casa é limitado, nas livrarias e nas
bibliotecas a criança pode ter contato com uma infinidade de obras diferentes.
Transforme as idas a livrarias, bibliotecas e feiras do livro em um programa de
fim de semana. Hoje, nas grandes cidades, muitas livrarias e bibliotecas
públicas oferecem atividades específicas para as crianças. E esse programa
ainda é de graça. Algumas livrarias, inclusive, têm espaços para leitura (sem que
os livros precisem ser comprados!).
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